Um tema que tornou-se muito comum e assunto de debates veementes na atualidade é quanto à oficialização legal do casamento homossexual. Opiniões diferentes sempre irão existir sobre qualquer assunto que venha a ser discutido, isso não tem como impedir. No entanto, essa questão tem sido transformada num campo de guerra, com a "criação" de "militâncias" favoráveis e contrárias ao ponto X.
É inegável que a grande rixa acerca deste assunto é entre os próprios homossexuais, que querem seu direito constitucional ao casamento respeitado, enquanto uma parcela da população, evidentemente religiosos ao extremo, prega a objeção a tal direito, cuja Constituição Brasileira de 1988 garante a TODOS os cidadãos brasileiros, sem limitá-lo por conta de sexualidade ou qualquer outro tipo de individualidade.
As polêmicas mais recentes acerca deste assunto envolvem nomes como o do Deputado Pastor Marco Feliciano, seu assessor Roberto Marinho, o Pastor Silas Malafaia e, o caso mais recente, o Deputado Pastor Isidório de Santana.
Em seu perfil na rede social Twitter, o assessor do Deputado Pastor Marco Feliciano posta suas opiniões, claramente contrárias ao casamento gay, re-twitta postagens de colegas também evangélicos, sendo o principal deles seu Presidente da Câmara dos Direitos Humanos e Minorias e o polêmico Pastor Silas Malafaia.
Em seu perfil no Twitter, Roberto Marinho associa a notícia de que um casal gay estuprava seu filho adotivo ao destino de todas as crianças que, por ventura, venham a ser adotadas por casais gays.
Vendo isto, me questiono se a maior porcentagem de abuso de menores que a mídia divulga é por parte de casais gays ou de pais heteros? Talvez eu esteja vendo um noticiário diferente do que o Roberto Marinho assiste, não sei... E detalhe: toda criança que um casal gay adota foi abandonada por pais heterossexuais irresponsáveis e sem amor no coração. Será que o assessor gosta mais de ver uma criança passando fome e frio na rua do que numa confortável casa com pais homossexuais?
Em outra postagem em seu Twitter, o assessor discute com outra usuária do site, e, por fim, conota que a "guerra" entre a religião e a homossexualidade está vencida. Mas, que tipo de seguidor da Bíblia transformaria a luta por um direito constitucional em guerra?
O perfil do assessor Roberto Marinho também contém postagens polêmicas de outros ativistas religiosos, dentre eles o Pastor Silas Malafaia. Conhecido por pregar a "palavra de Deus" veementemente em seus cultos e defender seus pontos de vista rigorosamente, ele usa palavras perigosas e até mesmo ofensivas para defender e justificar suas opiniões.
O site Globo.com realizou recentemente uma pesquisa online com seus usuários, questionando-os acerca de suas opiniões sobre a legalização do casamento gay. Em primeira instância, a maioria dos usuários do site foi a favor da causa. O resultado, pelo que parece, causou fúria ou indignação à massa evangélica que, segundo postagem do próprio Silas Malafaia, pressionou o site para que reabrisse a pesquisa de opinião. Posso estar enganado, mas parece-me que a militância evangélica quer sempre subjugar outras opiniões, mesmo que estas sejam em maior número que as suas. Não sei se o Deus que eles tanto louvam aceitaria esse tipo de atitude NADA humilde ou amável deles.
Enfim, como toda discussão que se preze, nunca existirá 100% de opiniões iguais. Sempre existirão divergências em qualquer assunto que seja debatido, como já mencionei antes. No entanto, transformar uma questão que discute acerca de um direito constitucional numa guerra é, no meu consenso, extremismo.
Na minha concepção, homossexuais e heterossexuais são cidadãos do mesmo jeito. Ambos pagam suas contas, trabalham, votam... já que os deveres são iguais para todos, os direitos também devem ser iguais para todos! O grupo de evangélicos que é contra esse direito, o é por causa da interpretação que dão à Bíblia. Portanto, ainda na minha concepção, estão querendo ignorar a Constituição Federal e tornar a Bíblia o mais novo Código de Direitos e Deveres do Brasil. E isso é atentado contra a imparcialidade religiosa sobre a qual o Brasil já foi imputado. Atentado... palavra forte, mas creio que precisa para a ocasião.
Desrespeito aos direitos de uma parcela dos cidadãos brasileiros, fazer da religião a maior lei de um país laico, discriminar pessoas por suas ações, escolhas e vidas pessoais, enquanto você, apenas por se considerar "religioso", se considera perfeito... Isso, para mim, é hipocrisia. E, como uma vez me disseram, quando você aponta um dedo para os defeitos ou julga uma pessoa, outros três dedos seus apontam diretamente para você. Dê importância a eles.